domingo, 24 de abril de 2016

9 motivos para amar podcasts

Não sei se já comentei aqui que adoro podcasts. Inclusive até tenho 2 projetos na área. O Conexões Improváveis e o NHS.

Pensei em fazer um texto explicando porque gosto tanto desta nova mídia, mas
li recentemente um que praticamente levantou todos os pontos que eu ia colocar.

Então, vou reproduzir aqui o excelente texto da jornalista Barbara Nickel, que encontrei no Medium.com



"Eu amo podcasts. Sei que é um formato que nem todo mundo conhece ou entende, mas decidi que vale tentar convencer mais gente a experimentar. Por quê? Acima de tudo, porque tenho certeza que existe pelo menos um podcast no mundo pelo qual você pode se apaixonar. Em segundo lugar, porquecomecei a produzir um podcast e, claro, quero que mais gente ouça (transparência é bom, né?). Por último, porque estou tentando perder o medo de escrever e achei que seria um exercício divertido.
Ah, no futuro posso fazer outro posts sugerindo podcasts para amar :)
Mas vamos aos motivos pelos quais eu amo podcasts. Não estão em ordem de importância e são totalmente pessoais. Talvez você tenha outras razões — e eu vou adorar conhecê-las.
  1. Amo escutar pessoas. Muita gente prefere falar, eu sei. Mas eu amo ouvir. Os podcasts que eu conheço e acompanho podem ser descritos de um jeito bem grosseiro assim mesmo: são pessoas falando (mas vai que existam outros tipos, não há o que não haja, né). Podem ser debates, entrevistas, palestras, reflexões, reportagens, leituras. Os formatos são diversos, e é claro que eles podem ter música, efeitos, pausas, mas em geral são pessoas falando. E eu sou extremamente curiosa pelo conteúdo, mas também pela forma como as pessoas falam. Adoro ver como cada um constrói, de modo muito particular, seu jeito de relatar, explicar ou opinar. Acho que é por isso que eu de maneira geral gosto de boas palestras e boas aulas também.
  2. Uma boa produção de áudio é envolvente demais e provoca a imaginação de um jeito incrível. Eu não acompanho podcasts de ficção, mas sei que existem alguns muito bons e muito bem recomendados. Preciso deixar claro: nem todo podcast tem uma boa produção de áudio. Boa parte não chega nem perto de um alto nível técnico — mas o legal do podcast é que isso não é fundamental. O meu, por exemplo, é bem básico neste sentido ("básico" é a palavra que decidi usar para tentar ser gentil comigo mesma). Porém, alguma coisa acontece com meu coração quando o podcast consegue incluir elementos sonoros que enriquecem o conteúdo. No caso dos que eu ouço, acredito que quem consegue fazer isso tem o apoio ou pelo menos o background de uma experiência em rádio. É o caso dos produtos da NPR, em inglês, e especialmente do Serial, um dos podcasts mais famosos de todos os tempos sobre o qual você pode saber mais aqui (em inglês).
  3. Aprendo coisas que eu nunca pararia para estudar. Existem mais podcasts sobre os temas que me interessam do que eu consigo acompanhar. Funciona mais ou menos assim: aparece um tema que me interessa mas que eu não vou ter tempo de parar para me aprofundar (big data, para dar um exemplo aleatório), faço uma pesquisa por podcasts relacionados, escolho alguns para experimentar, decido qual é o meu favorito, passo a ouvi-lo por algum tempo até passar a paixonite. Mas também pode funcionar assim: gosto de podcasts de entrevistas profundas sobre temas variados, uma nova entrevista e um novo tema a cada episódio. Aí acabo aprendendo sobre coisas que nunca me ocorreriam procurar, como a experiência de pesquisar o comportamento de tubarões. Enfim, como estou sempre buscando novos podcasts para ouvir, acabo encontrando discussões profundas e interessantes sobre filosofia, história, sociologia, psicologia, literatura, jornalismo, budismo, meditação, inovação… Tem uma certa aleatoriedade nos temas que vão surgindo nesse processo, e eu encaro isso como gigantes oportunidades de ouvir, conhecer e pensar sobre coisas que eu não necessariamente procuraria em outros meios.
  4. Posso aproveitar o tempo de outras atividades chatas. Essa é uma das minhas razões favoritas para amar podcasts. Existem momentos da vida que eu encaro como verdadeiras "janelas de tempo" que podem ser maravilhosamente aproveitadas ou jogadas fora, tais como: congestionamentos, levar a louça, lavar, descascar e picar alimentos (o preparo antes de cozinhar, sabe?), ir à academia ou fazer exercícios de maneira geral, caminhar longas distâncias, todo o processo de viajar de avião. Claro, em muitos dias eu posso estar a fim de ficar só com meus pensamentos, ouvir música ou notícias. Mas não é raro que eu queira aproveitar esses momentos para aprender sobre alguma coisa, ouvir uma entrevista ou uma discussão profunda sobre algo que eu esteja muito interessada.
  5. É uma motivação para fazer exercícios. É um motivo relacionado ao item anterior, mas aconteceu algo engraçado comigo. Eu criei o hábito de ouvir podcasts enquanto faço os exercícios da academia. Como muitos que eu ouço têm duração maior que o tempo da academia, eu geralmente não consigo terminar de ouvir no mesmo dia. E fico com a sensação de que preciso voltar à academia no outro dia para continuar ouvindo. Não faz muito sentido, eu sei. Mas eu avisei que os motivos eram bem pessoais. Talvez isso só funcione assim pra mim.
  6. Posso escolher um tema que combine com meu humor no momento.Claro que eu também posso escolher uma música (ou playlist) que combine com meu humor, mas acho incrível que tenha gente produzindo conteúdo em tantos "ritmos" diferentes. Tem dias que eu quero ouvir o podcast com palestras budistas, daí coloco em sequência vários que eu havia negligenciado nas últimas semanas. Sei que não vou conseguir vencer todos os episódios de todos os podcasts (muitos dos meus favoritos têm periodicidade semanal e duração de mais de uma hora), e não me sinto culpada nem ansiosa por isso. Gosto de saber que eles estão lá para quando estiver na sintonia daquele tipo de conteúdo.
  7. Decido parar, pular, repetir episódios como eu bem entender. É bem relacionado ao item anterior, na verdade. Acho que é uma razão que faz sentido para quem está ou estava acostumado a ouvir rádio, especialmente emissoras de notícias. É tão maravilhoso poder parar aquela entrevista e continuar depois. Ou ouvi-la novamente para prestar mais atenção em pontos interessantes. O podcast é uma experiência que está muito mais no controle do usuário, que pode decidir se, como e quando consumir um áudio. Acho tão frustrante começar a ouvir uma entrevista no trânsito, por exemplo, chegar ao destino e saber que nunca vou saber como aquilo terminou.
  8. Consigo sentir o amor envolvido na produção de cada episódio. Uma parcela bem pequena da população sabe o que são podcasts e consome este tipo de conteúdo. Boa parte dos podcasts que eu escuto são independentes, ou seja, não são subprodutos de alguma emissora de rádio ou algo do gênero. São feitos por pessoas apaixonadas por um tema, por produção de conteúdo em áudio ou por podcasts mesmo — fazem isso mesmo sabendo que não atingirão uma audiência de massa. Muitos têm outras atividades profissionais e produzem seus podcasts nas horas vagas. A maioria não ganha dinheiro com isso. O resultado? Quem está fazendo um podcast está fazendo aquilo por amor, para compartilhar uma ideia, uma história, uma reflexão. Claro, existe gente que transforma isso em carreira, em empresa. Mas a sensação é um pouco parecida com o que a gente observa no jornalismo: não é uma profissão ou atividade cuja principal motivação seja ganhar dinheiro. E fazer um podcast pode não ser complexo, mas isso não quer dizer que não exija tempo e dedicação. Mesmo aqueles podcasts que não têm uma técnica perfeita geralmente são feitos com o máximo capricho e carinho possíveis.
  9. Não existe necessidade de uma duração pré-determinada para cada episódio. Programas de rádio ou TV precisam ocupar um determinado espaço na grade de programação: não dá para esticar um pouquinho se o papo está bom, nem o contrário. Os podcasts que não são subprodutos de rádios geralmente têm uma duração mais ou menos esperada, mas não é rígida. Ou seja, uma entrevista pode durar 40 minutos ou 80 minutos, e quem manda nisso geralmente é o conteúdo. Programas que debatem temas da atualidade não precisam se mutilar em semanas importantes, podem durar o que for necessário. Por isso, acho que acabam sendo capazes de focar em produzir conteúdos realmente relevantes, sem tanto stress para "fazer caber" no tempo pré-determinado. E podem durar menos também, não precisam "encher linguiça" só para ocupar aquele espaço."

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