sábado, 4 de junho de 2016

Em quem eu vou votar nas próximas eleições! (Ou: a Operacionalização das Coisas)


Já decidiu em quem você vai votar nas próximas eleições??

Estes dias em uma conversa de whatsapp em um dos grupos dos quais participo surgiu meio sem querer um conceito que eu vinha desenvolvendo há algum tempo, mas que nunca tinha parado pra organizar as idéias.

Na falta de um nome melhor, vou chamar este conceito de 

A OPERACIONALIZAÇÃO DAS COISAS

Então! Vamos imaginar que o Sr. Kaiô é dono de uma fábrica de canetas. E imaginem que naquele mês, na linha de produção da fábrica de canetas do Sr. Kaiô estão sendo produzindo canetas azuis.

Porém, o Sr. Kaiô decidiu que por um capricho qualquer, ele quer uma caneta vermelha nova. E ele quer
a caneta vermelha de imediato e só para saciar seu desejo incontrolável, repentino e incontrolável pela caneta vermelha, só sirva a caneta vermelha que e feita na fábrica dele

Então ele dá a ordem para produzir uma caneta vermelha.

Do pronto de vista da ordem que foi dada e da promessa que haverá uma caneta vermelha, ou seja, daquilo que envolve o que é visível no processo de fabricar a caneta, ficou tudo bem simples.

"Vamos fazer canetas vermelhas! " , disse o Sr. Kaiô!

Maaaaasssss

Na prática e no mundo real, para satisfazer o Sr. Kaiô, seriam necessários uma série de ações menores (mas essenciais), que vão desde a avisar ao pessoal da fábrica que se mudou o que iria produzir naquele mês, mudar turnos das equipes que fabricam canetas de diferente cores, parar as máquinas para calibragem e preparação para o novo ciclo, trocar a matéria prima, avisar aos vendedores para que estes avisem aos clientes que os pedidos de canetas azuis irá atrasar, etc etc etc....

Será muito complicado operacionalizar isso, não é mesmo.

O que parece à primeira vista muito óbvio (e realmente é), parece que sempre andou meio sumido no nosso cotidiano, principalmente quando falamos do cenário político. E o senso crítico de cada um é essencial nessa batalha de informações que estamos vivendo atualmente.

Pera, o quê...? Não entendi foi nada!

Calma, vamos para exemplos reais. 


Alguém se perguntou COMO ele vai fazer isso?

Não é só chegar e dar uma canetada e pronto. Envolve uma série de questões, com seus prós,  contras e mesmo processos burocráticos e legais.

Mas vamos pensar um pouco. Imagine que você fosse o presidente.

Ninguém nega que é importante diminuir o exagerado número da cargos comissionados existentes no Brasil, que consomem um valor considerável do orçamento do governo, sem necessariamente trazer o retorno na mesma proporção esperado pela sociedade na prestação dos serviços públicos.




Mas e aí? Qual o critério que você utilizaria para os cortes? Quem seriam os primeiros? Por que eles? Como você os comunicaria? Qual seria a reação? Haveria críticas públicas? Seria necessário pagamento de indenização? Há funcionários que estão ali há muitos anos. Lembre-se que a idéia inicial com os cortes é economizar. Será que alguma área do serviço público ficaria descoberta com o simples corte de 4000 cargos? Haveria o risco de algum hospital ou posto de saúde ficar sem um profissional importante.

Lembrando que o exemplo acima é apenas...um exemplo. A lógica seria a mesma para a Dilma, quando ela anunciou que iria cortar 3000 cargos comissionado. E é a mesma para qualquer promessa de qualquer politico deste país maravilhoso. Já escrevi aqui sobre a proposta de um vereador que queria obrigar os comerciantes a darem troco de 1 centavo (e como ele não conseguiria operacionalizar isso). 

A ideia aqui é refletir um pouco sobre nossa política tradicional, que infelizmente orbita muito sempre em volta de idéias (às vezes nem isso), mas que passam longe da realidade quando é a hora da implementação. 

E neste momento infelizmente se percebe que o proponente está apenas levando no bico que está escutando maravilhado aquelas promessas. Aliás, quem dera que se percebesse. Na maioria das vezes engolimos e até defendemos, sem qualquer análise, propostas sem um pé na realidade, mas que trará resultados nunca antes vistos!.



Já reparou que nos debates eleitorais, os candidatos quase nunca fazem entre si a pergunta "mas como o senhor(a) vai fazer isso?"

Sabe por quê eles fazem isso?

Porque na maioria das vezes, nenhum deles tem essa resposta.

O importante no momento é ganhar a eleição, depois a gente vê como faz (ou não faz). Isso empobrece o debate e a busca por soluções e melhorias de problemas urgentes da sociedade.

Então, talvez a pergunta a se fazer para as próximas eleições não seja "QUEM?" e sim "COMO?".

Gostou? Então comenta aí!! Achou interessante? Compartilha!!

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